Pra falar de saudade… Você.

Já é fim de Março. Os dias têm passado rapidamente. Feito lâmpada que se apaga na noite, feito ventania que antecede temporais, feito água que escorre forte no chuveiro indo embora pelo ralo enquanto tomo banho e penso em saudade. Tanta coisa me mantém ocupada e é difícil segurar o tempo por entre os dedos. Tempo… tão efêmero quanto sua permanência por aqui.

Pensando em saudade, o nome mais forte que me vem à cabeça é o teu. Vem junto com teu riso tímido no canto da boca, embrenhado no olhar safado que me atravessava por dentro, misturado no nosso abraço que deixava teu cheiro grudado em mim e fazia do teu corpo segunda pele.

Dizem as boas línguas que tua presença me iluminava e desde que você se foi, tudo ficou meio sombra aqui dentro.  Mas por fora eu tento dia a dia não lembrar, deixar no passado os dias em que pudemos ser apenas alma um para o outro. E corpo entregue também. Sinto falta daqueles poucos encontros, meio-carnais-meio-sentimento começado. Aquela coisa sem nome que parecia ser tanto. Sinto falta do teu tesão exagerado que só saciava quando encontrava abrigo em mim. Sinto falta do teu corpo abrigo-abraço, riso arquitetado, segurando meu mundo em você, mesmo sem perceber.

Não fomos, talvez, tudo que gostaríamos. O tempo correu depressa e me perdi entre seus pontos finais mal colocados e minhas vírgulas deixadas pelo caminho. Em textos de saudade, como esse, em seus retornos, tentamos rearranjar as pontuações dessa história mal resolvida que a gente largou em frases soltas. Não sei se te perdi, mas tenho certeza que em algum momento pertencemos um ao outro. Hoje, eu não sei. Em memórias reais do que não aconteceu, eu te escrevo pra não morrer dentro de ti e porque eu sei que seríamos mais. Não quero tomar-te dessa vida tão confortável e morna que escolheu. E também não largaria de ser tão minha pra ser tua em meio a tuas incertezas. Cada um aceita o amor que acha merecer.

Eu e essa minha mania de continuidades… Em meio as nossas pausas, tem sempre um sussurro pedindo pra recomeçar… Porque por mais que eu tente, tem sempre uma lembrança tua se materializando aqui, trazendo pros meus textos e pra minha vida essa saudade inacabada…


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Sobra tanta falta…

Ainda era de manhã e me embolei em meio aos cobertores tentando encontrar um jeito de me sentir protegida. A dúvida era se o frio que fazia vinha de fora ou de dentro.

Tem egoísmo que machuca a gente.

Aperto o travesseiro. Era pra gente ter acordado junto hoje. Foi estranho acordar com a sensação de que falta alguma coisa. Mas falta. Sempre faltou, desde que te conheci. Falta tempo, falta espaço. Falta querer. Ao mesmo tempo sobra tanto. Sobram as conversas tão boas, sobra aquela coisa de pele, sobra química. Sobram as risadas. Sobram os beijos que encaixam e os cheiros que ficam. Sobra a troca do olhar. Mais sobra do que falta. E falta o mais importante.

Eu sei. Desde o começo você disse que não poderia ser mais que isso. Eu disse também. Mas tem hora que a gente simplesmente sente. Tem hora que transborda e se perde o controle.

Eu sei. Foram poucas vezes. Suficientes para serem únicas no meio de tanta gente, no meio de tanta correria. No meio da loucura do mundo eu quis escutar a sua, quis te mostrar a minha.

Ando sozinha pela casa, escuto aquela música que você tanto gosta. Ela fala de amor sem medo. Que medo eu sempre tive de gostar de você, desde o começo! Lembra quando eu te disse sobre reciprocidade? Porque gostar sozinho transforma o sentimento em medo e dor.

Entro no carro, olho para o lado, você não está lá. Fecho os olhos só para ter o gostinho de imaginar e lembrar daqueles dois dias. Um em agosto, outro em novembro. Tem um gosto de cuidado e saudade. Tem gosto de sal na boca, que escorre pelo rosto. A saudade de quem a gente gosta sufoca, imaginando aquele cheiro que transforma qualquer lugar em abrigo.

Não teremos mais isso e é tão injusto. É injusto quando parece que temos tudo pra ser, mas não somos. Não conseguimos. Não nos doamos. Não nos entregamos.

Você escolheu a liberdade do que é líquido, passageiro, momentâneo. Eu tentei. Não consegui. Porque sou sólida, sou permanência. Não quero te dividir, nem que seja de forma casual.

Tem egoísmo que machuca a gente. Tem amor que não acontece que machuca a gente.

Eu poderia sentir culpa por me apaixonar pelos seus olhos grandes. Por me apaixonar pelo seu inconformismo por algumas coisas da vida e aquelas rugas na sua testa quando você joga os argumentos para o mundo transformando em verdades absolutas. Eu poderia, mas não vou. Eu sou mesmo dessas que ao lavar colheres de sobremesa, se molha da cabeça aos pés. Sou dessas que não te deixaria passar porque a vida é uma só, tempo é agora e amor depende só de nós. Sou dessas que te quis por você ser único aos meus olhos, mesmo sendo loucura, mesmo sendo pouco tempo, mesmo você dizendo que é complicado. Sou dessas de entrega. Mas também sou dessas que acredita que quando um não quer…

Não há erro ou acerto. Só a vontade de cada um, momento de cada um. Há quem caminhe com tranquilidade longe do afeto que temos a compartilhar. Há terrenos que não são férteis para que um possível amor floresça. Amor pode até ser entrega sem medo; mas o que não carrega reciprocidade não vinga. E tudo bem. Dói agora. Começa do zero. A vida do outro segue. A nossa segue.

Pra você tem o amanhã. Pra mim era o hoje. E tudo bem… O amanhã serve para curar as dores. O hoje era para preencher de afeto e abraços apertados. Tudo ficará bem.

O amor-próprio cura a gente. Tem amor que não acontece que cura a gente também.


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Ensaio sobre ela

Ela foi vista chorando à noite. Caminhava pela rua segurando mochila, bolsa, chave do carro, celular, meio atrapalhada e sem saber para onde ir. Tentava se equilibrar entre as coisas que segurava e tantos sentimentos que explodiam dentro do seu peito. Não queria voltar para as mesmas coisas e lugares.

Ela é tão bonita. Tem algo simples e ao mesmo tempo grandioso no olhar, tem a pele clara dos dias ensolarados e a intensidade das noites de lua cheia nos gestos. Tem o dom das palavras, fala de poesia e teorias sobre como o amor deve ser.

Há tanto tempo eu já a conhecia. Sabia tudo que ela tinha vivido, histórias de amor pesadas em que ela tentava sustentar o mundo dos outros nos braços. Se doava, amava seus amores mais que a ela própria. Talvez por isso, no fim, ela ficava só. Se entregava até o limite para depois deixá-los ir, melhores, maiores, para que suas vidas seguissem e com esperança de que a dela também.

Ela acredita no amor. Um amor puro em que é possível viver sem mentiras e jogos. Ela acredita em entrega, reciprocidade, profundidade. Ela não quer esses amores líquidos e superficiais que são bonitos só nas redes sociais. Ela quer intensidade.

Se ela soubesse o quanto é incrível… ela tem um jeito de menina-mulher, jeito leve de viver que beira uma ingenuidade encantadora; mas quando fala, age, se movimenta, mostra uma força absurda e me faz querer correr os caminhos todos ao lado dela. Ela é do tipo que sorri com olhos, apertadinhos, que chegam a brilhar de tanta emoção que passam. Se ela soubesse que tem alguém, perdido nesse mundão, que trocaria a eternidade para passar todas as noites ao seu lado, entrelaçado em suas pernas grossas, misturando os corpos para depois dormir com ela repousando em seu peito, protegendo a do mal do mundo e mostrando que tudo que ela um dia sonhou existe. Se ela soubesse se amar mais, enxergaria a mulher maravilhosa que é…

Tantos meninos já cruzaram o seu caminho… mas eles eram egoístas demais para enxergar o diamante precioso que ela é. Eles eram pequenos demais para oferecer a ela esse amor sem medidas e amarras que ela tanto precisa. Eles eram vazios demais para entender que o amor que ela oferece não é só para preencher, mas é para transbordar e mostrar cores que eles jamais viram.

Então, menina, pare de chorar! “Gasta tudo no papel e tira a tristeza de dentro do olhar. Permita sentir no peito o calor que se forma depois de você se curar de si. Levante essa cabeça, não olhe pra trás! Não faça comigo, menina, o que a tristeza contigo faz…”*

O mundo está estendido em tapete vermelho pra você passar! Levante a cabeça e se permita enxergar os olhos de quem tem tanto amor pra te dar. Olhe pra dentro primeiro pra se perceber. Olhe ao redor, sem seus medos, e permita que a vida te presenteie com o que você merece. Você simplesmente se perdeu, mas ainda dá tempo de se reencontrar…


* Frases retiradas da música “Levante a Cabeça”, de Guga Pine
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Primeiro encontro

Foi assim, você apareceu como mágica. De um jeito que eu nunca esperei conhecer alguém, apareceu você. De cara, o olhar das fotos foi o que mais me atraiu. Tinha alguma coisa ali que dava vontade de desvendar, um mistério diferente que se escondia também atrás da barba contornando a boca tão bem desenhada. Fiquei alguns minutos fixada nos traços perfeitos do seu rosto imaginando se quando estivesse perto, sentiria tudo que as fotos sugeriam.

Enfim te vi e estava tudo comprovado ali. Você era do jeitinho que eu pensei e ainda tinha um cheiro bom que as fotos não me deixaram sentir. Enquanto contou sua história, meu olhar se dividia entre seus olhos e o movimento da sua boca. Meu pensamento estava concentrado nas suas vivências e ao mesmo tempo se perdia em alguns instantes imaginando onde é que você estava até agora… e que bom que chegou!

Conversa vai, vem… as horas passaram tão rapidamente que nem notei. O silêncio se estabeleceu por alguns segundos e por dentro eu só pensava em quanto estava desejando experimentar seu beijo. Talvez tenha sido neste momento em que seu desejo se juntou ao meu. Não sei precisar exatamente, mas logo em seguida me dei conta que estava envolvida nos seus braços que me buscavam, tentando conhecer cada pedaço. Senti meu rosto corando e já não sentia mais o frio intenso daquela noite, só sentia o calor do beijo que se encaixou tão perfeitamente no meu. E foi um longo e bom encaixe… acompanhado da nossa respiração acelerada e dos outros beijos que passaram pelo pescoço.

Quando finalmente tomamos coragem e nos soltamos, recebi de você um olhar surpreso junto com seu sorriso. Você sorriu e eu senti vontade de colocar meu mundo no teu riso doce.

E depois foram toques, foram nossos gostos um no outro e muita vontade de estar junto mais uma vez.

Ainda lembro de encostar a cabeça no seu peito e de como brincava com a minha orelha enquanto conversávamos um pouco mais. De achar engraçado as cócegas que fiz na sua barriga e de deixar de prestar atenção no que você dizia tentando entender tudo aquilo que estava acontecendo e o que me levou a permitir tanta entrega para quem eu acabei de conhecer. De como estar com você me encorajou a vivenciar algo que eu nunca tinha feito sem pensar em nada que estava ao redor.

Não dá pra prever o que vem agora. Ainda não sabemos para onde vamos com tudo isso e se foi realmente o destino que brincou com esse encontro para que chegássemos um ao outro e permanecêssemos. Só sei que tem sido bom preencher meus dias de você e imaginar que você também quer provar um pouco mais de mim…


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O teu lugar não é mais aqui

Embora não esteja mais aqui, tua memória ainda faz barulho nos meus dias. Desde que você foi embora, cada momento nosso foi cuidadosamente guardado em algum lugar de mim, bem fundo, na tentativa de que nada viesse mais à tona.

Por muitas vezes você voltou e eu tive que fazer uma força danada para me manter distante, mesmo com o corpo e coração gritando para estar perto. E mesmo achando que dessa vez não sentiria nada e conseguiria ficar imune a sua presença, te ver chegar fez de novo os meus sentidos ficarem sem controle. É como se o seu sorriso e o seu olhar se movimentassem em câmera lenta enquanto eu tento não pensar na vontade de ter você pra mim.

Ainda me lembro das últimas conversas e de te ver tão decido em realizar um sonho antigo. Quanto a mim, coube entender que dei um passo falso em direção ao sonho de querer viver essa história. Lembro da última vez em que minha boca encostou na sua, o toque das peles se misturando sem que nenhum esforço fosse preciso. Lembrei na intenção de te esquecer porque sei que depois você vai e eu fico só com tudo isso pra resolver. Mas sempre que você está aqui, tudo volta e esqueço de tudo que combinei comigo mesma.

Ontem à noite nos despedimos e te abracei por alguns minutos. Há quanto tempo não nos tocávamos… O seu calor passou instantaneamente para o meu corpo e, sem que você percebesse, eu fechei os olhos e tentei te sentir dentro do meu mundo, ignorando qualquer outra coisa que estivesse acontecendo ao redor. Os cantos das nossas bocas se aproximaram dentro do abraço e tentei fazer com que eles ficassem grudados, tentando controlar a vontade de te beijar e dizer pra você que sim, eu quero.

Quando finalmente te soltei, de guarda baixa e sem saber mais quem eu era, saí querendo voltar. Sei que de alguma forma você também sentiu tudo que estava dentro de mim. Eu te dizendo tanto com os olhos, querendo que você também gritasse que sim, você quer.

Você virou as costas e foi embora, levando junto todas as marcas que deixou em mim, toda a entrega que eu te ofereci, toda a vida que eu quis que fosse só sua.

Deitada, algumas horas depois, tentei encontrar o sono perdido no meio da presença que você fazia nos meus pensamentos. Você foi, mas fui eu que perdi. E já que vai de novo definitivamente, aproveita e leva embora todo o sentimento que deixou cair por aqui, todo desejo que reascendeu mesmo sem querer, todo o peso que fica no meu coração, todo espaço que seus movimentos ocupam em lembranças que, hoje, são apenas isso e nada mais.

Leva tudo embora e vai… O teu lugar não é mais aqui.

 


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Nossas noites

Um olhar profundo, especial… meus olhos se confundem com os teus.

Uma palavra doce dita na hora certa. Ou apenas silêncio, por não ser necessário dizer nada.

E no fundo do silêncio, minha respiração perdida na tua, rápida, ansiosa por tua boca, por teu toque.

Apenas ficar perto, coração acelerado no peito.

Se importar com pequenos detalhes.

Teu leve passar de mão no meu rosto, suficiente para me fragilizar, escorregando até segurar nos meus cabelos.

Teu riso tímido vem junto com o contorcer do teu corpo, causado por um leve sussurro ao pé do ouvido.

Ser tua dama na cama, enredando-te num beijo.

Meu homem parece menino por alguns segundos. E ora me faz mulher, ora me faz menina.

O entrelaçar das mãos, minhas e tuas: uma só!

Meu arrepio mais secreto, mais gostoso, quando sinto tua mão em minha barriga, em minha cintura.

Um toque suave, mas quente a ponto de fazer ferver o corpo todo.

Você se perde no desenho do meu desejo e apazigua tua vontade.

Amo-te. E cada parte minha quer se misturar a cada parte tua.

Nosso coração preenchido de muitos amanhãs…

Nós dois, fogo e mel. Próximos, juntos… um só!


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Carta ao amor de cores verdadeiras

Quando eu te encontrar, que seja da forma mais natural possível. Que a gente se reconheça num olhar, numa fala, num gesto, na surpresa do desconhecido que soa tão familiar. Que comece num café, num bar, numa esquina, numa festa, num aplicativo de celular, numa rua qualquer… Mas que comece no momento certo. Que a gente saiba que é pra ser, mesmo tendo sido por acaso que nossos caminhos se cruzaram. Continuar lendo Carta ao amor de cores verdadeiras

(Amar)gura

Há quem diga que a capacidade de amar é sempre infinita. Eu me pergunto, até onde amei você? Quando penso, não enxergo os limites, não vejo as barreiras que existiam e vendei meus olhos para acreditar que amor por muito amor se basta. Mas a rotina é implacável, ela cobra atitudes para que os sonhos se mantenham vivos, e mais, que a gente faça por onde para tornar tudo realidade.

Desde o início te entreguei não só os meus sonhos, mas também meu coração. Entreguei os abraços, os beijos, os gestos, noites em claro para passar ao seu lado. Eu, que te amei tanto. Você, sempre raso. Dei mergulhos profundos em alguém que não tinha recipiente grande o suficiente para receber todo esse sentimento. Talvez seja o mal de quem não mede espaços e acaba com os estilhaços espalhados pelo chão. Continuar lendo (Amar)gura

A música que casou

Para quem não queria nem sair de casa naquele dia, até que revirou a vida demais. Eu te vi e quis te ver mais. Dava vontade de só ficar olhando de tão bom.

E era uma troca justa daquele olhar profundo entre nós. Eu queria acreditar que não era só uma troca gentil de copos de bebida. E não foi.
Eu saí querendo não lembrar de todo o resto que causava tanto peso. E encontrei com você, num olhar leve.

Fazia um tempo que eu não bebia, então permiti. Como se com isso fosse deixar passar tanta coisa. Mas não passou você. Bastou uma frase que alguém gritou, pra você aproveitar e roubar o beijo. Eu lembro. Só pensava em quanto eu queria ficar ali, mesmo sem poder. Não queria oferecer nenhuma resistência porque junto veio uma abraço que envolveu tudo que eu tinha.

Tinha tanto cuidado em gestos simples. Minha cabeça rodava um pouco, mas eu percebia a diferença nos detalhes.
Dia seguinte. Tudo igual gritando na minha cara. Coisas não faziam mais sentido. E o novo ganhou tanto espaço. E por parecer uma loucura, era melhor viver as horas normalmente, fingir que não existiu. Mas como, se você fez questão de? Sua presença fez silêncio em todo lugar, meu lugar, pedindo que organizasse a bagunça.

Mais um convite, uma conversa. A simplicidade de encarar a situação me deixava mais perto.
Mas com tudo isso, uma notícia que trouxe uma mistura de tanta coisa. Por que para tão longe? Por que agora? E por que tudo acontecendo ao mesmo tempo? Parecia brincadeira de mau gosto da vida, um teste. Eu escutei o destino tirando um pouco de sarro da minha angústia. Será que era sua também? Será que pensava sobre? Eu estava sentindo demais, não sabia explicar… E queria que estivesse sentindo no mínimo parecido para que a troca continuasse sendo justa.
Tudo só aconteceu. Eu gostava. E naquela noite, sem intenção, sem um plano, mas querendo só estar junto, foi esse o convite. -Podemos ficar juntos? – Como dizer não, se era só o que eu queria?
Poderia ter sido ruim, me desiludido de tudo, querer parar. Mas no fundo a certeza de que seria tão especial, veio. E foi mais. Superando qualquer desejo de ser único, dava vontade de ficar ali no abraço, no olhar, no beijo, no toque.
Quando você fechou os olhos, eu te olhei tanto. Pensei forte que queria que você ficasse como se quisesse fazer você ouvir de alguma forma. Que queria que ficasse e tumultuasse minhas noites com sussurros, com sorrisos. Que passássemos os dias, e que acontecessem todas aquelas coisas novas. E como mágica, te enxerguei na minha vida, na minha rotina, vi alguém que eu esperei que chegasse e não vinha. Vi que chegou quando eu parei de acreditar. E por um segundo quis que não me ouvisse e agradeci pelo teu sono tão calmo, com medo de achar tudo aquilo uma besteira, precipitado demais ou achar qualquer outra coisa.
Fechei os olhos. Senti sua
presença perto e eliminei o resto. Ouvi sua respiração contada na minha e quis que fossem uma. Achei graça do compasso perfeito.
Pensei no hoje, na noite, e me trouxe paz. Dormi pedindo que soprassem seus sonhos nos meus ouvidos…


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