Linha tênue

“Não tenhamos pressa, mas não percamos tempo”. José Saramago

Acabei de ler esta, que eu já conhecia, mas hoje me fez pensar sobre. Em como saber onde está a linha, como saber o momento de ir adiante ou voltar algumas casas. Dependendo do que está envolvido, é tão tênue o lado de cá e de lá.
Será que é tão fácil assim manter esse controle ao alcance da sua própria mão?
Pensamentos muitos…

Começo de abraço e término de beijo

Aquele momento do dia em que você deseja um abraço.
Mas não é qualquer abracinho… É aquele que te envolve gostoso, protetor. 
É aquele que resume o mundo nesse gesto.
É aquele em que os olhos se fecham, se sente a pele do outro em cada poro.
É aquele em que não se ouve mais nada, só as respirações simultâneas.

Que é como se dissesse no ouvido: “o mundo parou agora… aqui…”

E aí se soltam. Se olham. Se beijam lenta e profundamente.

Aquele momento do dia em que você deseja ser começo de abraço e término de beijo…

Confessionário

Hoje eu preciso de um texto. Palavras pra mim, pensamentos traduzidos em letras quando aqui dentro já não comporta mais. Mas me peguei evitando escrever… Com medo das afrontas que causo a mim mesma. Das verdades duras estampadas no papel, dos “sincericídios” tão necessários às vezes…
Eu estou e não estou querendo me esconder atrás de um coração. Na verdade eu não entendi ainda tudo, mas preciso? Agora?
E às vezes eu olho e está tudo claro como água. Ela está turva, ou sou eu que estou tirando proveito desta venda confortável?
Dúvidas. E a vontade de transformar o que está aqui dentro em páginas e páginas… Não sei se estou pronta. Pode se transformar em algo tão bom. Que medo é esse agora? Está assumido!
Pensamentos muitos…

O silêncio das gritarias

“(…) Eu sei que o silêncio pode ser ameaçador. Sei que muitas vezes põe pra tocar, no volume mais alto, músicas que nossos sentimentos cantam e que falam de coisas que a gente nem sempre quer ouvir. Mas o silêncio é também alimento. O silêncio é também descanso.” – (Ana Jácomo)

E o meu silêncio gritou dentro de mim. Aliás, é o que ele vem fazendo essa semana.
E por mais que eu venha tentando evitar, venha negando ouvi-lo, ele grita, berra, escandaloso dentro dos meus pensamentos.
É uma sinfonia de diretrizes, é ele me mostrando os fatos… Tão claros e ao mesmo tempo não.
Eu olho para dentro e a impressão é de já saber tudo. Mas aí, quando é para dar o passo necessário, tudo fica escuro. Sou eu transformando e emaranhando tudo, eu sei. É mais fácil assim. (?)
Eu juro, venho procurando paz. Venho procurando o descanso dos silêncios confortadores e acolhedores.
Pq eles não me cercam? É aquela velha história de atrair… Mas eu não quero. E aí o barulhão todo já tomou conta.
Mas é gostoso ao mesmo tempo, porque tumultua, porque renova, porque me faz sair das minhas dores, porque tira do comum, porque arrepia, porque é oposto.
Que paradoxo é esse o meu, de buscar silêncios nos becos escuros das gritarias?

Conversa do Clube da Luluzinha

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Hoje, entre amigas, surgiu a seguinte frase: “não aceite ninguém que não te trate como uma princesa”.

Venho percebendo que a mulherada anda extremamente seletiva (e eu me incluo nisso).

Após alguns relacionamentos frustrados, nos quais elas sempre tiveram que ceder muito, abrir mão de muitas coisas, ter muita paciência com os defeitos do outro, e sem encontrar reciprocidade nisso tudo, hoje elas buscam o tal príncipe que vem no cavalo branco, resgatá-las de todo o mal, oferecer proteção, amor incondicional, cuidado absoluto e blá blá blá…

A gente esbarra em certas atitudes por aí, e repete como um mantra: “não se contente com o mínimo”.

Mas será que isso existe mesmo? Eu, sinceramente, ainda acredito. E que fique claro, não acredito na perfeição, mas sim em algo recíproco. Acredito na transformação que o amor é capaz de fazer na vida de alguém. Para mim, relacionamento é via de mão dupla, é parceria. É disso que as pessoas precisam se lembrar todos os dias. Quando vc escolhe viver sua vida com alguém, a partir daquele momento é tudo divisão. Não existe mais só o um ou só o outro. SÃO DOIS!

Então… não adianta procurar o príncipe do cavalo branco, se não nos dispusermos a ser a princesa do sapatinho que ele procura, certo?

Um brinde ao amor verdadeiro, que ainda se traduz num encontro de dois!

 

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Obrigada por prestigiar!)

Doce acordo de paz

“Deixo um tanto da minha coragem para enfrentarmos futuros imbróglios – sim, eles surgirão e dessa vez faremos diferente, prometemos um para o outro não fugir no primeiro tropeço e firmamos um acordo de desatar todos os nós. Deixo reservado para você uma dose de humor para quando o seu estiver escasso. Naqueles dias em que as coisas no trabalho não fluem, ou quando aquela dorzinha de cabeça resiste a qualquer café com aspirina.

Não me deixe acordar, o agora é agradável e doce.

Deixo as dúvidas e os medos lá atrás, em um lugar distante, onde não nos alcancem. Deixo em cima da mesa os biscoitos que você tanto gosta e um doce qualquer que tenha coco. Você olha, arruma novamente o cabelo, molha os lábios com a língua e me entrega de graça o que eu mais gosto em você: seu sorriso”.

Texto de Eder Fabício.
Adaptações de Ariane Aleixo; e minhas loucuras perdoáveis…

O corpo fala

E aí é madrugada… E como se não bastasse o calor que faz, eu me sinto ardendo por dentro.
Coloco a música que me remete a você, e ela também ajuda a dar o tom. 
Procuro nas gavetas a última blusa que usei quando estávamos juntos. Eu nunca coloco pra lavar. Encontro e ela é torturante, como sempre. O seu cheiro está ali, naquele pedaço de tecido. E é tão real, tão bom! 
Fecho os olhos com força e lembro de tantas sensações. Eu lembro da perfeição que somos quando somos um. Nunca “os opostos se atraem” fez tanto sentido. Eu lembro das respirações aceleradas, do encontro dos corpos e das mãos, do meu olhar procurando o seu a meia luz.
Minha mente pede urgentemente que eu abra os olhos. Obedeço. Afinal, não posso mais.
Suspiro e continuo ouvindo a canção, que me leva para aquela manhã de sábado preguiçoso…
O sono já era. É como se cada parte do meu corpo implorasse por você…