E que pra acontecer um beijo, foi fácil. Bastou o doce preferido dele, o tempo frio, a vontade dele de te esquentar.
Bastou você se encantar com a estante dele cheia de livros, pra ele te entrelaçar nos dedos, te tomar num abraço, te fazer perder o juízo.
E ele tinha um cheiro doce, que era só dele, que nem a mais refinada perfumaria haveria de ter. Te embriagou.
Ele se encantou por seus pezinhos, aos quais designou perfeitos. Beijava-os sempre.
E te tocava com a doçura do mel e a voracidade do fogo.
Vc insistia que o sorriso dele era digno de um criminoso, conquistador irremediável. E gostava quando ele abria mais sorrisos pra vc.
Era inspiração pros seus textos, pra sua imaginação, pros seus sonhos.
E sabia que eram tão dois quando estavam a sós.
E sabia também que era isso. E só. Sentia-se feliz assim por ambos.
E por isso repetia as doses. Bebia-o como se vinho fosse… Doce, se embriagando aos poucos, se curando do porre no dia seguinte. Ria sozinha do seu não-juízo…