Almoço

Acordei pensando em você. Havia sonhado com detalhes da nossa última noite e me percebi molhada, desejando que estivesse aqui ao lado. Rapidamente mandei a mensagem e sugeri um encontro. Você aceitou. Pensei em satisfazer um pouco da minha vontade sozinha, mas não, quis guardar toda aquela vontade para quando estivéssemos juntos.

Toquei a campainha e sua voz grave soou de dentro da casa: – entra, o portão está aberto! Caminhei pela casa te procurando e depois de atravessar o longo corredor, lá estava você, na cozinha, vestindo um avental preto que contrastava com a pele branca à mostra, preparando o almoço. Mal passava pela sua cabeça que naquele momento minha maior fome era de poder comê-lo todo, devorando cada pedaço. Mas ainda não. Você me faria esperar mais, não por nada, mas porque tem aquele ar de homem maduro que não está com pressa. Sabe que, mais hora-menos hora, vai me ter nos braços pra fazer de gato e sapato.

A tarde era fria, chovia e as gotas batiam na janela como se gritassem para assistir nossa performance. A gente sempre começava no sofá vermelho e terminava na cama de lençóis pretos. Você me convidou pro sofá e eu já sabia que não aguentaria por muito mais tempo até estar totalmente entregue para fazer tudo que você quisesse.

Falávamos sobre tudo, desde os tempos e contratempos musicais até sua preferência por Freud e o quanto achava confuso ler Lacan. Movimentava a boca de lábios grossos e eu assistia sentindo como se estivesse tudo em câmera lenta. Sorria timidamente sem mostrar os dentes, com um quê de quem esconde algo dentro de si que só os raros podem acessar.

O silêncio chegou por alguns segundos e te beijei, afoita. Você me acalmava com os lábios, num movimento leve, como se sorrisse sadicamente por dentro assistindo minha pressa em tê-lo. Beijava como se o dia tivesse 186 horas. Tinha o toque firme quando segurava no meu rosto, deslizando a outra mão suavemente pela minha cintura, criando a tensão de que escorregaria para as minhas coxas e depois subiria sentindo o quanto eu o desejava.

Sussurrou no meu ouvido: – você não quer deitar ali na cama? Meu corpo inteiro sorriu pra ele dizendo sim! Subimos na cama enquanto ele me olhava nos olhos. Eu, fixa nos olhos dele, grandes, preenchidos de fogo.

Eu, esquecendo que sou dama, pra ser tua puta na cama! Tiramos as roupas devagar – ele o avental – e enquanto os seus dedos passeavam por todas as minhas linhas, eu te peguei e percebi o quanto seu pau estava duro, pulsando de vontade. Você me sentiu molhada, me jogou na cama e quis experimentar com a boca, sentindo o gosto do meu desejo. Massageava meus seios com as pontas dos dedos nos bicos enrijecidos em movimentos circulares que levavam à loucura, subindo a boca por todo meu corpo, dando voltas com a língua saciando seu prazer, me deixando inquieta de vontade. Me provocava com a língua quente, me chupava, mordiscava, enquanto minhas coxas trêmulas apertavam seu rosto pedindo urgentemente com o olhar que viesse pra dentro de mim. Você cedeu e me penetrou bem fundo, devagar, sorrindo maliciosamente enquanto me via derreter de tesão. E junto aos seus movimentos de vai-e-vem, eu rebolava s-a-f-a-d-a-m-e-n-t-e e sorria de canto de boca, me satisfazendo com cada pedaço teu escorregando dentro de mim, entrando e saindo, me fodendo, escutando os gemidos misturados à sua respiração acelerada, ritmada com a minha. Às vezes ficávamos em silêncio, e ao som da nossa respiração ouvíamos como estávamos melados de prazer e sorríamos satisfeitos. Eu deslizava as mãos pelas suas costas, agarrava no seu cabelo e quando estávamos o mais fundo possível você parou, lá dentro, nossos corpos implorando pra continuar… você me segurou dando volta no meu cabelo, nos olhamos por alguns instantes… e você calou meus gemidos num beijo molhado. Abri os olhos depois do nosso beijo e te vi recomeçar. Eu adoro te olhar enquanto você tá me fodendo. E eu sei que você gosta de ver o quanto tô gostando! Quando nossos corpos já estavam no limite, eu gozei em você inteiro, te sentindo ir até o fundo e permitindo que o teu prazer se misturasse ao meu, gemendo alto e te arranhando as costas, descontando toda essa espera que eu tava de você dentro de mim…

Quer saber? Vamos ali na cozinha… coloca de novo esse avental que eu não quero só ser tua puta de cama… Quero ser também tua puta de mesa!


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