Sobre amores bons e impossíveis.

 

Foi com você que aprendi a melhor versão do mundo, de mim, de ser dois.
Apareceu de mansinho, quando eu nem acreditava mais. Deu a volta e correu para abrir a porta do carro, oferecendo sua mão para eu segurar. Sem acreditar, hesitei e ri. E você estendeu um pouco mais o braço me encorajando. Rendi-me, apertei firme como se não quisesse mais soltar. Foi o sinal de que seria diferente, seria mágico. E alguns anos depois, ao som de America, era o que eu cantava para você: “You can do Magic”… E ríamos nas madrugadas… Continuar lendo Sobre amores bons e impossíveis.

O amor que me encontre. E a paixão que encontre com ele.

 

Meus amores vividos foram sempre paixão. Foram sempre furacão anunciado, que chegavam ventando forte na cara, arrebatando minhas convicções, me dividindo em duas para poder ser eu e mais um pouco do outro. Minhas paixões não davam conta de tudo que eu tinha e era muita coisa. Eu queria inundá-los de toda essa coisa louca que eu achava que preenchia a vida. E queria que eles chegassem como tempestade também, tumultuando meus dias, desarrumando o que mantinha organizado, escancarando as janelas. Só assim para mim tinha graça. Continuar lendo O amor que me encontre. E a paixão que encontre com ele.

A uva mais doce…

 

Naquela noite ela te olhou por longos minutos enquanto você comia um cacho de uvas após terem sido um. Era mais uma noite de calmaria, de olhares, de apenas sentir e isso a fez pensar na simplicidade das coisas.
Ela ria da sua maneira de mastigar e procurar as uvas doces no meio de tantas “amargas”. Ela te corrigia, dizendo que eram “azedas”, enquanto você dava o seu melhor sorriso por ter encontrado a uva premiada, a mais docinha no meio do enorme cacho. Saboreava a sortuda com vontade e lambia os dedos depois.
Ela ria. Achava graça quando você era assim tão menino. Queria na mesma hora transportar a sua simplicidade de comer uvas para tudo entre vocês. Continuar lendo A uva mais doce…

Deus me ajude a não te querer tanto!

 

Do mesmo jeito simples com que você entra no meu carro, tomando posse como se fosse seu, arrastando o banco, mexendo no retrovisor, embaralhando as minhas estações preferidas, foi como você entrou na minha vida: tomando um espaço enorme, bagunçando tudo, querendo as coisas do seu jeito.
Eu fico olhando pra você ali sentado, ao meu lado, no meu carro que antes era tão-só-meu, achando que comanda tudo, orgulhoso de conseguir algo que antes ninguém havia conseguido… Um arzinho de menino-homem exalando dos seus pulmões. Acho graça.
Você cantarola a música que toca no rádio enquanto eu penso onde é que tudo isso pode dar. Continuar lendo Deus me ajude a não te querer tanto!

Um pacto. Uma transformação.

 

Eu nunca lidei bem com separações, nenhuma. Sou daquelas que faz dramas enormes, no melhor estilo novela mexicana. E na maioria das vezes, nem é para tanto assim. Ao longo de tantas histórias, a vida me ensinou a encarar com mais dureza quando o mundo diz que não é para ser. E eu apenas vinha cumprindo meu papel. Os amigos diziam que eu não amava mais como antes. Apenas aprendi a fazer de outra forma. E com você foi exatamente assim, de outra forma. Desde o começo quis fazer diferente, de um jeito não eu. Deixei tudo de um jeito seu, acreditando que essa era a fórmula. Continuar lendo Um pacto. Uma transformação.

Pés no chão dessa vez

 

Abri os olhos, devagar, incomodada pela meia luz que entrava pela janela. Por um momento, senti a cabeça rodar um pouco e me lembrei que tinha bebido a madrugada toda. Pequenos goles no Jack Daniel’s que você misturou com energético. Muitos goles de você. Senti o gosto ainda vivo na boca e com ele todas as sensações que tínhamos tido ao longo daquelas várias horas da madrugada. A certeza de como éramos bons juntos. Continuar lendo Pés no chão dessa vez

Completos como nunca

Naquela noite, antes de sair, segurou sua mão pela ponta dos dedos e ali ficou por alguns momentos.

Conversaram assuntos despretensiosos.
Ela pensava em como tudo tinha terminado e achava graça de estarem novamente de mãos dadas.
Voltou a si e olhou em volta por um instante. Todos estavam olhando para eles disfarçadamente. Sentiu seu rosto corar.
Só voltou a prestar atenção nele quando o ouviu dizer que estava indo embora.
Lembrou que prometera a ele um abraço mais caloroso, já que o último não tinha sido de seu agrado.
Levantou, meio desastrada, e o abraçou. DE-MO-RA-DA-MEN-TE…
O cheiro dele era perturbador. E era sempre ele que a soltava primeiro.
Mas ela pode sentir que era naquele abraço que ele repousava suas aflições.
Como era bom encontrá-lo todas as noites!
A noite encobria as imperfeições de ambos.
Eram opostos como sempre.
Voltavam a se completar como nunca…

Voo

 

E quanto mais alto a gente voa, mais perto do céu chegamos.
E o céu não é o limite, é o infinito.
É margem pra pensarmos que sempre podemos ir mais longe, sempre podemos dar mais um passo.
O salto do precipício não é o suicídio. É o impulso pra voar mais alto, enxergar um lindo arco-íris, sentir as gotinhas de chuva que ficam acima das nuvens refrescando o rosto, dando novo vigor para um bater de asas em direção ao topo… Seu topo!
Portanto, planeje sim. Mas não se esqueça de tirar os pés do chão por alguns momentos para ver o todo, lá de cima, enquanto estiver voando alto…

Tô com saudade dele

 

Tô com saudade dele. Uma saudade que veio assim, de dentro e do nada. Peguei o carro e fui parar na frente da casa dele, sem saber por quê. Fiquei olhando para a janela e lembrando de tantas coisas. Me deu mais saudade. Encostei a cabeça pesada no banco, aumentei a música e chorei.Um choro soluçado que estava guardado desde o fim. Antes que a vontade de tocar a campainha e abraça-lo fosse maior, virei a chave e saí dirigindo perdida, sem saber direito para onde ir. Continuar lendo Tô com saudade dele