Carta ao amor de cores verdadeiras

Quando eu te encontrar, que seja da forma mais natural possível. Que a gente se reconheça num olhar, numa fala, num gesto, na surpresa do desconhecido que soa tão familiar. Que comece num café, num bar, numa esquina, numa festa, num aplicativo de celular, numa rua qualquer… Mas que comece no momento certo. Que a gente saiba que é pra ser, mesmo tendo sido por acaso que nossos caminhos se cruzaram. Continuar lendo Carta ao amor de cores verdadeiras

Drummonidades…

Articulações de idosos não se movem como outrora, ou como nós gostaríamos que se movessem. Principalmente no meu caso, que são feitas de bronze. Eu, Carlos Drummond de Andrade, resido agora (de 7 anos para cá), na praia de Copacabana. Pretendo expor-lhes algo que vem acontecendo comigo com certa frequência.

Na calada da noite, meus amigos, o mesmo larápio de sempre passa por aqui e rouba meus óculos! Meus óculos de bronze! Como eu gostaria de ganhar lentes de contato… O governo do Rio de Janeiro gentilmente repõe a peça, mas o larápio não tarda a voltar e me assalta! Continuar lendo Drummonidades…

(Amar)gura

Há quem diga que a capacidade de amar é sempre infinita. Eu me pergunto, até onde amei você? Quando penso, não enxergo os limites, não vejo as barreiras que existiam e vendei meus olhos para acreditar que amor por muito amor se basta. Mas a rotina é implacável, ela cobra atitudes para que os sonhos se mantenham vivos, e mais, que a gente faça por onde para tornar tudo realidade.

Desde o início te entreguei não só os meus sonhos, mas também meu coração. Entreguei os abraços, os beijos, os gestos, noites em claro para passar ao seu lado. Eu, que te amei tanto. Você, sempre raso. Dei mergulhos profundos em alguém que não tinha recipiente grande o suficiente para receber todo esse sentimento. Talvez seja o mal de quem não mede espaços e acaba com os estilhaços espalhados pelo chão. Continuar lendo (Amar)gura