A música que casou

Para quem não queria nem sair de casa naquele dia, até que revirou a vida demais. Eu te vi e quis te ver mais. Dava vontade de só ficar olhando de tão bom.

E era uma troca justa daquele olhar profundo entre nós. Eu queria acreditar que não era só uma troca gentil de copos de bebida. E não foi.
Eu saí querendo não lembrar de todo o resto que causava tanto peso. E encontrei com você, num olhar leve.

Fazia um tempo que eu não bebia, então permiti. Como se com isso fosse deixar passar tanta coisa. Mas não passou você. Bastou uma frase que alguém gritou, pra você aproveitar e roubar o beijo. Eu lembro. Só pensava em quanto eu queria ficar ali, mesmo sem poder. Não queria oferecer nenhuma resistência porque junto veio uma abraço que envolveu tudo que eu tinha.

Tinha tanto cuidado em gestos simples. Minha cabeça rodava um pouco, mas eu percebia a diferença nos detalhes.
Dia seguinte. Tudo igual gritando na minha cara. Coisas não faziam mais sentido. E o novo ganhou tanto espaço. E por parecer uma loucura, era melhor viver as horas normalmente, fingir que não existiu. Mas como, se você fez questão de? Sua presença fez silêncio em todo lugar, meu lugar, pedindo que organizasse a bagunça.

Mais um convite, uma conversa. A simplicidade de encarar a situação me deixava mais perto.
Mas com tudo isso, uma notícia que trouxe uma mistura de tanta coisa. Por que para tão longe? Por que agora? E por que tudo acontecendo ao mesmo tempo? Parecia brincadeira de mau gosto da vida, um teste. Eu escutei o destino tirando um pouco de sarro da minha angústia. Será que era sua também? Será que pensava sobre? Eu estava sentindo demais, não sabia explicar… E queria que estivesse sentindo no mínimo parecido para que a troca continuasse sendo justa.
Tudo só aconteceu. Eu gostava. E naquela noite, sem intenção, sem um plano, mas querendo só estar junto, foi esse o convite. -Podemos ficar juntos? – Como dizer não, se era só o que eu queria?
Poderia ter sido ruim, me desiludido de tudo, querer parar. Mas no fundo a certeza de que seria tão especial, veio. E foi mais. Superando qualquer desejo de ser único, dava vontade de ficar ali no abraço, no olhar, no beijo, no toque.
Quando você fechou os olhos, eu te olhei tanto. Pensei forte que queria que você ficasse como se quisesse fazer você ouvir de alguma forma. Que queria que ficasse e tumultuasse minhas noites com sussurros, com sorrisos. Que passássemos os dias, e que acontecessem todas aquelas coisas novas. E como mágica, te enxerguei na minha vida, na minha rotina, vi alguém que eu esperei que chegasse e não vinha. Vi que chegou quando eu parei de acreditar. E por um segundo quis que não me ouvisse e agradeci pelo teu sono tão calmo, com medo de achar tudo aquilo uma besteira, precipitado demais ou achar qualquer outra coisa.
Fechei os olhos. Senti sua
presença perto e eliminei o resto. Ouvi sua respiração contada na minha e quis que fossem uma. Achei graça do compasso perfeito.
Pensei no hoje, na noite, e me trouxe paz. Dormi pedindo que soprassem seus sonhos nos meus ouvidos…


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Obrigada por prestigiar!)

O (re) encontro.

O momento em que você deu o beijo, soltou os meus lábios e respirou devagar. A sensação de calor permanece na minha pele, o gosto na minha boca e basta fechar os olhos para a cena daquela noite se repetir em meus pensamentos, como um filme de amor em câmera lenta.

É normal essa saudade do que não se tem? É uma história que ainda não aconteceu, mas que eu sei de cor em todos os seus capítulos.
Você teve que se afastar e eu guardei teu rosto em mim. Uma pena que teu cheiro não tenha ficado impregnado nos meus cabelos que você agarrou com força e doçura enquanto me admirava com (nosso) prazer. Continuar lendo O (re) encontro.

Sobre pessoas certas, na hora errada…

Minha história começou em Fevereiro. Eu não queria ter ido lá, não esperava nada demais além de boas risadas com os amigos e beber como se não houvesse amanhã. Minha vida tinha algo que eu não queria e vinha aceitando, achando que não havia nada melhor. Eu já tinha entregado os pontos e aceitado o morno, o que não dava borboletas no estômago. Dava preguiça de pensar em tentar outra história. Achava que loucuras não eram mais pro meu bico. Aí ele apareceu. E olhei diferente desde o primeiro instante. Mas achei bobagem, flerte sem importância.
O que importa mesmo é o que aconteceu depois que ele apareceu. Foi aí que a minha vida virou uma bagunça.

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